Pois é, amanhã dia lº de janeiro de 2011, o Brasil será mais feminino do que na verdade já é. Tem mais mulheres e agora, realmente confirma a máxima democrática - que a maioria é que vence e que manda. E deu certo, Dilma Roussef a primeira mulher a ter uma fotografia na parede e na constelação de homens presidentes.
Aliás, estou errado, ela e a Princesa Isabel, que fez enorme diferença, assinou a Lei Áurea, linda, a lei do ouro, a que libertou os negros da escravidão no Brasil. Foi muito e por isto jamais poderá ser esquecida.
"Salve a princesa Isabel, que deu liberdade a cor ... foi no dia 13 de maio, negro pode ser doutor, deputado e senador e não há mais preconceito de cor... negro pode ser doutor" (letrinha de um samba)
Agora, Presidente mesmo, Dilma é a primeira, que ganhou uma eleição no voto direto. Que foi à rua e recebeu toda aura de consagração popular tida pelo Presidente Lula. A nossa Presidente ou Presidenta, prefiro dizer PRESIDENTE DILMA, nem sei o porquê, mas, em respeito ao gênero, o correto seria dizer PRESIDENTA ou talvez eu queira também masculinizar o adjetivo, insubordinando-me contra toda a lógica.
Ela lá e eu aqui, dentro de um pedaço importante da federação brasileira, neste Norte e Oeste grandão e polimorfo, verde degradeado em escalas e riscado por rios, igarapés, igapós e lagos. Por cima a imensa concha azul do céu. Que mais se faz por aí a nos confundir sempre com o Acre, Roraima e quando vez nem mesmo sabem qual o nome da nossa capital. Ninguém confunde São Paulo e nem o Rio de Janeiro, nem a Bahia, nem Minas Gerais, ninguém troca de lugar o Rio Grande do Sul. Mas, no nortão costuma o lado de lá a misturar tudo, até parecendo um certo desapego pelos moradores da maior Região Brasileira, quase 2/3 da nossa grandeza é Amazônia. E Rondônia está aqui.
Rondônia está aqui, num ponto muito especial, de quase transição entre tudo, geografia, clima, vegetação. Tudo por aqui é transição, o nosso cerrado de Pimenta Bueno é savana, as terras de Corumbiara são fertilíssimas pelo basalto que tem, as imensas reservas florestais, os imensos rios carregados de energia, as nossas distâncias, uma fronteira desguarnecida, uma universidade pequena e carente, a falta de pesquisa cientifica e sendo, por natureza, o coração da América Latina. Aqui está o coração da América. E este coração palpita forte, um tum tá, tum tá, tum tá para ser ouvido para ser bem melhor servido, porque riqueza a gente tem. Tem até diamante azul, tem nióbio, tungstênio, estanho, tântalo, floresta virgem, índios e quilombolas.
Dilma lá e eu aqui, bem aqui para mostrar ao Brasil brasileiro que Rondônia existe. Vou fazer o meu dever de casa, a minha parte, mas, o Brasil brasileiro haverá de nos conhecer sem trocar de nome, sem inverter o nosso papel com ninguém, assim, do mesmo jeito que ninguém consegue trocar São Paulo pelo Rio e nem o Rio Grande com Campina Grande.
Mas, pra que tudo isto aconteça depende só de nós. Só de nós. Só de nós.
Nós cuidarmos melhor de nossa terra, de nossa gente, dar a nós um pouquinho mais de respeito, a nos amar mais, a nos valorizar mais, a fazer a imensa diferença de primeiro nos arrumar para depois sair por aí a procura de mais recursos. Porque dinheiro na mão, sem saber o que fazer dele, é verdadeiro vendaval.
Presidente Dilma não irei a sua posse, mas, estarei presente aqui dentro do meu coração. Ficarei por aqui, pra ver se de amanhã em diante eu inicie o meu trabalho para tirar os meus doentes que estão internados e no chão e sobre macas, sob macas. Farei a minha parte para que o Brasil seja efetivamente um país de todos. Ainda bem que a senhora não tem estes problemas por aí. Gracias!
Boa sorte pra nós todos.