Cheguei em Belo Horizonte, dia 8, às 17h, não havia vôo para Governador Valadares. Um motorista já me esperava no aeroporto e seguimos de carro. Não sabia o rumo da cidade e nem a natureza do trecho da rodovia. BH ficou pra trás. A tarde foi se despedindo. E Minas se escondia nos seus altiplanos infinitos. Ainda vi vacas de leite “pastejando” nas curvas de níveis dos morros. A estrada de curvas em ângulos retos sem o gosto de se ver as retas de Goiás. Nada.
A chuva forte piorava a situação. Em João Monlevade, no trevo, pegamos estrada errada e fomos descendo os grotões entre montanhas, até parecia estar circulando o Himalaia. Noite fechada. Para-brisa embaçado. Carretas pesadas transportavam minério de ferro do Vale do Aço. Fiquei tonto. O estômago embrulhou. Lembrei-me dos meus tempos de menino que faltava morrer de enjôo. Baixei o vidro, estava suando muito, subi-o de novo, chuva continuava. Fiquei com medo. O motorista desconfiou do erro, voltamos, hora e meia de extravio.
Retornamos ao trevo de Monlevade. Daí fui me localizando no tempo, nesta mesma estrada a 262, há 28 anos quando viajei para Vitória já tinha penado nela e jurado pra nunca mais voltar. E voltei. Agora, juro de novo, não volto mais. De tanto medo de morrer me entreguei à sorte. E me deixei levar e me entravei no silêncio. Era esperado chegar ao destino com 4 horas e nada, por fim, as luzes da cidade encantada - 7 horas e meia de sufoco.
O motorista errou a entrada de Valadares e seguiu para Salvador. E lá vai ele. Eu já me considerava uma carga e me entreguei como se fosse uma mala. Chuva. Daí a pouco, num retorno forçado, encavalou numa mureta de concreto da BR, que separava uma ciclovia do leito da estrada. Pela providência divina um carro parou e me ajudou a empurrá-lo de ré para desencalacrá-lo do embuchamento. Por Deus. Molhei todo. Só tinha levado aquela calça, fiquei que nem pinto molhado. Sapato ensopado. A alternativa seria terno e tênis no dia seguinte. Mais de meia noite. De posto em posto de gasolina, por fim, apeamos à porta do Hotel da bendita Governador Valadares. Toda linda, piscando luzes de Natal. Agora é pra valer, nunca mais BR 262, que agora tem outro número, que nem quero saber qual é, por ela, nem morto quero mais ver as bucólicas e montanhosas cercanias de Minas Gerais. Adeus Ipatinga, Coronel Feliciano, Itabira, Monlevade.
11 comentários:
Dr. Confúcio, da um puxão de orelha ai nesse motorista, kkkkk. Não queremos nosso governador perdido por ai.
Um grande abraço
Wilson & Damares
Barbaridade. que aventura, heim, governador. A vida tem das suas. ainda bem que tudo está bem! A Nova Rondonia quer muito do senhor. Governador Valadares, Joao Monlevade, quem aguardem! DALTON DI FRANCO
Governador, quanta aventura!!! sua forma de transcrever os acontecidos nos faz mergulhar, adentrar nos mesmos.
Só nos prometa uma coisa, Governador: não traga este motorista para o seu Governo!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkk...eita, sujeitinho atrapalhado! kkkkkkkkkkk
Não tenho dúvidas de que a pessoa Confúcio Moura é protegida dos deuses. Tem o corpo fechado contra todos os males. É sabido que os obstáculos rodoviários (e a imperícia dos motoristas! Como tal "motora" é barbeiro...) é que alçam Minas Gerais ao patamar tétrico de Estado com maior número de acidentes automobilísticos do Brasil. E mais uma vez agradecer a Deus por sair intacto -- e mais forte ainda -- para a maior de todas as viagens, com igual êxito: governar Rondônia.
carlos vieira da silva
Bem governador, estamos satisfeitos em saber que nada mais grave aconteceu, realmente a Br 262 é uma aventura, passei por ela muitas vezes para ir a Vitória...
Nas grandes batalhas é que se forja os melhores guerreiros!
id
Doutor Confúcio, parabéns pela iniciativa de conhecer aquilo que esta dando certo em outros Estados, e possa ser implantado aqui em Rondônia.
Certamente com esta iniciativa, Vossa Excelência, esta encurtando caminhos, ao tomar decisões que já foram testadas em outras localidades, e certamente os erros em sua maioria já foram corrigidos.
Alias como disse meu Amigo Vitorino, Prefeito de Mirante da Serra, estamos aqui nas Minas Gerais, almoçando com o padrinho Confúcio, e animados em busca de soluções práticas, baratas e que já deram resultados positivos, para a saúde da população destes municípios mineiros, e que vamos implantar em nossos municípios. Que assim seja!
Que a visita renda bons frutos ao povo de Rondônia
Sr. Governador,
Quero parabenizá-lo pelo estilo literário em descrever vossa viagem com tantos detalhes, "mostrando" paisagens pitorescas e bucólicas de um interior de Brasil que me despertou a curiosidade em conhecer. Sem contar a forma engraçada como os acontecimentos que se seram são narrados.
Abraço respeitoso, e que Deus o abençõe em vossa caminhada à frente da direção de Rondônia.
Domingos Torres, Cacoal/RO
Dr° Confucio essa sua viagem nos remete a um filme de terror daqueles em dias chuvosos onde o ator principal por pouco não é consumido por um aterrorizante monstro. Por outro lado nos leva a uma região montanhosa de lindas paisagens que dar até vontade de conhecer.Bom essa foi a imterpretação dada a sua viagem por minha imaginação. Mas que bom que tudo não passou de uma boa aventura e que tudo correu bem. Que Deus continue te abençoando nesta jornada e que novas idéias surjam e bons projetos sejam trazidos para nosso estado. Abraços!
Com certeza não queremos ver nosso Governador eleito exposto a perigos.
Mas, essa iniciativa de conhecer de perto experiências bem sucedidas é louvável!Certamente teremos muitas inovações no Governo Estadual, porém, vemos que Dr. Confúcio não quer enbanjar tempo e energia para "inventar a roda". O que foi feito e teve sucesso, será aproveitado e adequado à nossa realidade.Medida de grande sabedoria. Parabéns!!!
Raquel Volpato Serbino
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