Não ria de mim. Se você sorri da minha cara vou ficar zangado. Este negócio de energia limpa. De desenvolvimento sustentável, parece para nós – os destemidos pioneiros, um palavrão horroroso. Tem razão. Na década de setenta o discurso era outro. A prioridade do Governo era outra. Não se falava em aquecimento global. Por aqui a ordem era derrubar a floresta e meter fogo. Era assim e pronto. O tempo mudou rápido demais. E a gente está vendo os bravos fenômenos naturais pelo mundo, ondas gigantes, terremotos, ventanias, chuvaréu, deslizamento de encostas, enchentes. O mundo está mais quente. Pois é – está aí pra todo mundo ver. Ainda bem que Rondônia tem rios limpos e florestas em pé. Muitas reservas florestais. Maravilha. Dá para se fazer um belo acordo. Vender soluções para o mundo, mas, vender mesmo e logo. Sair do discurso ecologicamente correto, que é correto, para que fique assim, mais correto, no entanto – com compensação financeira. Quem tira leite pode reflorestar a metade do lote, quem vai pagar a conta? Quem vai completar a renda do leite? De onde virá o dinheiro para reflorestar? É isto aí. O dinheiro virá da venda da sua capacidade de seqüestrar o gás carbônico das chaminés européias, chinesas, indianas e americanas, enfim, dos poluidores do mundo. Dá para fazer um bom negócio. Será meta de governo.
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