terça-feira, 5 de janeiro de 2010
UM PASSEIO INESQUECÍVEL
Um passeio de voadora sobre o rio Pakaas. Por aqui, região de fronteira, tem algumas convenções interessantes. Na voadeira a bandeira boliviana vai à frente. E a brasileira atrás. Nas embarcações bolivianas é o inverso.
O Rio Pakaas é um rio sereno. Águas turvas e parece sem nenhuma correnteza. Rio de ondas suaves. Ele é tortuoso. E por isso permite que suas águas invadam as vazantes. Formam-se os igapós. Sobre as águas mantos de aguapés. Há capinzais bravios para os peixes e aves.
Bem mais acima habitam mais de cinco mil índios. São várias tribos. O rio é muito bonito. Margens com floresta impenetrável. Largura de aproximadamente duzentos metros. Profundidade nesta estação chuvosa de seis metros. Na seca permite passar a vau. Bancos de areões no meio deles.
Uma base no rio com tanques redes. Os pescadores da colônia cuidam de tudo em associação. Dividem depois o lucro. Poderia ser estendido aos indígenas. O passeio é inesquecível. Alice estava com muito medo. Naufrágio talvez. Que seria possível se não fosse a maestria do barqueiro. A paisagem é de admirável e esplendor. Descem dezessete índios num rebecão, serenos e indiferentes.
O rio faz curvinhas sem parar. Tem algumas placas dizendo que é área de preservação do parque estadual de Guajará-Mirim. Agora mesmo estou sem palavras. A visão é tão deslumbrante que me faltam palavras para traduzir tudo isto. Há uma pousada singela. Uma colônia para aluguel.
Aqui é um turismo de paz. Terapêutico. Um reencontro com o silêncio. De meditação. Turismo quase celestial. Calmaria. Um radical abismo para o urbano. Muito gostoso. Um esplender de vida para raros apreciadores.
A gente vai subindo. Os índios estão bem mais longe. Estou passando ao lado de uma casa flutuante. Um barco-casa. Vou tirar um foto deste estirão do rio. Vamos agora voltar. Rever a paisagem do outro lado. E guardar este momento lindo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário